sábado, 10 de abril de 2010

O Fim (2)

Para nossa medíocre e limitada interpretação e cognição e experiência, é inevitável a existência de um fim.
Nossa própria existência se resume ao fim.
Existimos para termos fim.
Fim, ou morte, é o término do lampejo de existência chamado de VIDA.
Lampejo de existência porque nada mais é que um piscar de olhos para a existência do mundo.
A vida do ser humano começa e termina antes mesmo que o mundo se dê conta de sua existência, mas para o próprio ser humano viver é fazer o seu papel como criatura, como homem.
Realizar esse papel é tomar lugar nas engrenagens desse ciclo.
O ponto que a existência humana não se dá conta é esse ciclo.
O ser humano é mesquinho, medíocre, ignorante, idiota: ele pensa apenas em sua própria existência e se esquece do ciclo. Este ciclo é formado por todos os indivíduos chamados de humanos.
A partir do momento que o ser humano se esquece do ciclo, ele está aceitando o fato de viver apenas por um lampejo de existência, já que sua obra se encerra.
Esta obra se encerra porque este mesmo ser humano mesquinho, que esqueceu do ciclo, decidiu ser apenas um parafuso solto nessa engrenagem, ao invés de fazer parte do maquinário como um todo.
É inevitável para o ser humano pensar no fim.
Mas o que o ser humano esquece é que para que exista um fim real, este fim deve ser coletivo.
Se uma obra individual - ser humano - é finalizada, ela acaba. Uma obra coletiva - toda a engrenagem - não precisa ter um fim: ela continua conforme roda sua própria engrenagem. Quando uma peça encontra seu fim, ou outra assume o seu lugar ou o próprio sistema tem meios para continuar com sua ausência, se for o caso da existência coletiva.
Acreditar no fim é acreditar apenas em sua própria existência, na existência individual.
Se acreditas na coletividade, teu papel deve ser construído para que não tenha fim!!!
Trabalhe para o próximo, para que este trabalha para o próximo e assim por diante.
OU
Na hipótese mais esperada de comportamento humano: viva por si só e escreva um verso sem sentido e descontextualizado na poesia chamada de mundo.

Dedico e agradeço essa pequena introdução àqueles que desejam fazer uma obra concreta.
Obrigado por acreditarem em NÓS!!!
Obrigado por acreditarem no MUNDO!!!
Obrigado por acreditarem na VIDA!!!

Para todos os outros análogos a situação: numerem seus dias, pois eles já estão contados.

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