Felicidade, termo extremamente genérico, sem exatidão na explicação, não expressável, a imposta eterna busca do "ser humano", onde temos anseios, expectativas, temos a sensação de flutuar...
Massacrados sejamos nós através destes preceitos...
A filosofia Iluminista (fundadora e mantenedora dos valores ocidentais), nos formulou uma maldição, revestida de carisma e aroma agradável. A ameaça assumiu um tom de promessa... a promessa de felicidade. Entretanto, a promessa não era, realmente, de felicidade, mas camufladamente a sua busca sob a forma de uma concorrência tipicamente genocida (desmentindo, neste exato momento, o conceito de felicidade). A eminente imposição da procura pela felicidade, sofrendo pelos assédios do eterno movimento de valorização é comparável a uma monstruosa ameaça, que institui a história da felicidade como uma história de dor, sofrimento, desaforo, admitindo ainda, o fracasso total e perca da existência social, claro, pressupondo a condição para os pretensos e necessários perdedores. Toda a, suposta, racionalidade iniciada com a afirmação do Iluminismo, esmaga toda a possibilidade de racionalidade, mediado pelo aprisionamento da capacidade humana de raciocínio no interior de uma eterna forma nada racional da socialização do valor.
O valor, conceito abstrato aplicado não somente ao dinheiro, é utilizado em todas as premissas capitalistas, onde o indivíduo é apenas mais uma amostragem estatística, de valor definido, decadente e quantificável.
Nossos valores são construídos seguindo o movimento de eterna valorização, através das cotações comerciais, através de um sistema de controle instituído, um controle normalizante, que nos ensina a sermos o que somos, ou melhor, o que pensamos que somos, nos enquadra, nos absorve. A absorção de “conteúdo” é apenas relativa ao lucro, o que não é vinculado ao lucro, ao valor, ao movimento de capitalização é descartado, excluído, este é o processo do moderno sistema produtor de mercadorias, que ainda ousa falar em felicidade como premissa para a vida...
este comentário foi escrito à luz de Robert Kurz, e com uma dose de ódio, evidentemente
Quem fomos
Há 13 anos
Um comentário:
Bravo Bravo Bravo... seus textos são, no mínimo, maravilhosos...
Continue assim, querido...
Poucos são os que escrevem tão bem....
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