Em um mundo de informações e afirmações objetivas, claras e concisas... a dúvida persiste.
O caminhar não é lento nem calmo, as paisagens passam como ondas sonoras, um estalo seco, uma vibração, um momento.
O tempo domina o ritmo da vida, melhor... a vida se deixa dominar pelo avidez transbordante do tempo.
A continuidade linear, na verdade, não passa de uma reprodução infinita de uma arranjo multifacetado de experiências comuns que alternados de uma maneira aparentemente sistêmica, ordena e coordena as intenções e reações contidas em mais uma das facetas. É engraçado encontrar as pessoas imersas em um caos total.
A ultrapassagem do nosso antiquado sistema métrico, onde o visível era o importante, me traz uma pequena questão... para que? Para que diabos estamos fazendo tudo isso? A evolução científica passou do controle de nossas mãos para um controle à base da calculadora, ou seja, os números importam, não mais a premissa básica de criação e o principal objetivo da ciência, a melhoria da condição humana de existência. Essa mudança na verdade está a ocorrer de uma maneira objetiva dentro de limites lógicos e monetários, quiçá políticos. A ciência não mais trabalha em prol da "mudança qualitativa do modo de vida humano", mas em prol da permanência máxima de um sistema ultrapassado com tendência de acumulação eterna e exponencial de capital.
O trabalho humano, não mais tem a característica de alteração do meio para auxiliar na sua subsitência, mas um método de aprisionamento da própria identidade do trabalho em uma imagem construída de vida. O trabalho humano, em síntese, foi "cientificado", foi identificado, processado, analisado e modificado, para que em sua totalidade, não passasse mais de uma ferida amortecida na representação de liberdade que temos. O nosso trabalho científico, que foi alienado na lógica mercantilista de vida, nos trouxe uma imensidão que não imaginávamos...
UM NANÔMETRO!, mas que diabos, onde está a aplicabilidade no modo de vida humano? Quando a ciência deixará de ser uma marionete na mão do Moderno Sistema Produtor de Mercadorias? R: NUNCA! - sua objetividade a prende nesse oceano como um peso amarrado aos nossos pés. Podemos andar, desde que dentro dos limites da penitenciária. Um punhado de métodos descobertos, inventados, redescobertos, ultrapassados, mas não sanam dúvida alguma! A questão ainda está latente... Métodos tão exatos que não conseguem enxergar que não servem de nada, ou pior, enxergam que estão à favor da vida, da "evolução"... Evolução... evolução para a tecnocracia... essa é a única resposta que encontro vagando pelo ar. As mudanças tecnológicas estão alterando profundamente o ritmo de vida atual, nossas relações são alteradas constantemente por meios tecnológicos que diferenciam, limitam e separam, ao invés de aproximar-nos. Nossa reação? A mais simples possível! USAMOS! A situação criada pela "atomização" da sociedade é uma ferramenta poderosa, nossas relações são mediadas. Mediadas e possivelmente (aposte nisso) vigiadas. A própria veiculação de informação, através dessa revolução tecnológica tornou possível uma pessoa ver a mesma informação em partes opostas do globo, mas isso não significa que estamos prontos para opinar sobre a conjuntura da geopolítica atual. A visão micro de um fato macro impera na informação veiculada de maneira sucinta e representativa, guiada por um preconceito doentio em relação às vidas que não fazem parte direta do mundo digital, mas que infelizmente fazem parte indireta da sustentabilidade desse sistema doentio dandos seus últimos suspiros.
A respiração é ofegante, acredite, mas como todo sistema, podemos aqui até comparar a um sistema vivo, que exaurindo seu último sopro de vida, tenta, sob todos os custos, absorver o máximo de vida restante no ar. Esse último suspiro, pode na verdade não ser o último, pode ser apenas um bocejo, de onde nota-se o sistema digestório, mas também pode ser um possível momento de ruptura... mas... estaríamos prontos para uma ruptura? Estaríamos preparados para a não-organização sistemática da vida? Uma vida no caos ou uma reorganização não sistemática?
Todo conhecimento adquirido não passou de um monte de informação aparentemente inútil que, de certo modo, causou um certo incômodo em outros seres multifacetados que concorrem cegamente sob a regência de uma sinfônica apocalíptica desenfreada num mundo onde o valor vale mais que o sabor.
Quem fomos
Há 13 anos
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