Ouço o Desespero
A cantar à lua de tarde,
Todo sublime, em esmero,
Como a Vida é uma covarde.
Em voz de tom carmim
Declama o triste e singelo,
Como de Deus, um Serafim,
Vive a ver este flagelo.
Fardo é o Destino
Atado nas suas costas,
A vozear, bem repentino,
Pegadas junto às encostas.
Marcas do passado
Indeléveis ao presente,
Guiando o passo, todo enfado,
Sem rumo em todo o repente.
Mas a ária grita mais alto!
Vocifera, nos brande em som sutil
O que a Vida torna em sobressalto,
Tudo que já sabe a morte senil:
O Homem se faz de pegada inútil
Imbuída em cantiga tão fútil.
Quem fomos
Há 13 anos
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