segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os lamentos da Criatividade

Quando eu perder minha beleza, você olhará para mim? Aposto que não. Ficará vulnerável e tomará Tédio por esposa. Sucumbirá na amargura e aflição em busca do prazer vazio e efêmero do cotidiano. Beijará com lábios frios a amante e a dirá “sem você não vivo, sabe? Como viver assim, sem você?” O Homem é hipócrita por viver do regozijo. Não vive pelo “SEU” correto, mas sim pelo o que o apraz. O prazer remodela seus princípios de acordo com as necessidades, senão morre amargo e só, não? Você é assim também! Senão, não me abandonaria por minha velhice. Sei que repudia minhas rugas, meu rosto sulcado pelo tempo em que o pó se esconde adentro desta pele oleosa!
Se realmente me amasse, cairia aos prantos, viveria de minha fealdade e amargura, e de suas lágrimas brotariam teu fruto futuro. Não ligaria ao meu exterior. Se fosse assim, sei que me amaria...

2 comentários:

Renata Alves disse...

Lindo. de forma arrasadora e triste, mas lindo em sua essência.

Robson Donizete Rodrigues disse...

É dito que quanto mais velhos ficamos, mais sábios nos tornamos. Como uma contradição baseada no que aqui foi apresentado, quanto mais belos por dentro, mais feios por fora nos tornamos.