quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Urbe

Antes da Razão conhecer a Sabedoria, o Herói grego alertou a mãe de todo nosso eu:

“Segurei o poente em minhas mãos
Com todo o ardor,
Sem saber logo de antemão
O que era dor,
Esta que consome impune
E em silêncio,
Nosso todo que nos une
Nesse imenso”

Tendo de Prometeu a chama
Do grande Deus,
Crepita a voz de nossa ama
Como um adeus,
Ressoando em longo Tártaro
E incontente,
Que o mundo não tem bárbaro
Que lamente.

A mãe Natureza chora
Na cidade,
Ladeada todas as horas
Pela idade,
Feita de ruas e prédios
Sem sentido,
Onde nem mesmo seu tédio
Tem partido.

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